quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Samba de presente de natal

O natal vem chegando, como é bom presentear quem se gosta, melhor do que presentear é dar realmente uma lembrança interessante, resolvi dar algumas dicas aos Caros Bambas que pensam em comprar um bom CD de samba no natal, ou receber, é claro!

Não estou fazendo propaganda para a BISCOITO FINO, mas acho que tal empresa tem as melhores opções, seguem as dicas:

O SAMBA CARIOCA DE WILSON BAPTISTA
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TOM CANTA VINÍCIUS
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NELSON PARA SEMPRE
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TANTAS MARÉS - EDU LOBO
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CHICO


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dia do Samba, parabéns!

Tú vieste encarcerado em um navio negreiro, é certo que ainda não tinhas sua formação, você era totalmente uma sonoridade em construção, mas que início esfuziante tiveste, mas de que raiz forte vieste, talvez devido a isso esteja a explicação para tanta resistência, foste açoitado e humilhado, ao chegar em casa você se adequou rapidamente ao seu lugar, já eram cúmplices, Brasil e você, dois gigantes.

O tempo passou e o local de seu nascimento foi questionado, Bahia ou Rio? Tenho certeza que anos após você deu inspiração a um tal de Noel para escrever em versos que na verdade você nasceu dentro de nossos corações.

Seus seguidores foram perseguidos, foram vistos como marginais e mais uma vez você resistiu, tempos depois, de fato, mudaram sua estrutura, mas erraram quando disseram que você não percebeu. Percebeste sim, choraste, reclamaste e alguns te ouviram, socorreram-te.

Hoje de mãos dadas com seu grande parceiro chamado Brasil, fazes a alegria de um povo. Religião, cultura, modo de ser, não importa como te classificam, és o eterno Samba, és preto e branco, és pés descalços no chão, és mente de chapéu nas estrela, parabéns!


Brunno Damasceno



Texto postado no blog do Clube do Samba AC



Por que hoje é o dia do samba?

Sabe por que o Dia Nacional do Samba cai em dois de dezembro? Não, não é a data de nascimento de Tia Ciata. Também não é quando gravaram "Pelo Telefone". Muito menos quando Ismael Silva e os bambas do Estácio fundaram a Deixa Falar. O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. Ary já tinha composto seu sucesso "Na Baixa do Sapateiro", mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data que ele visitou Salvador pela primeira vez. Engraçado, não? A festa foi se espalhando pelo Brasil e virou uma comemoração nacional.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ZECA TORRES II - Um sambista acreano

José Evangelista Torres também conhecido como Zeca Torres Pequeno devido a sua pequena estatura e para diferencia-lo do Zeca Torres I (o compositor anterior) que era alto. Além do nome, os dois Zecas Torres tinham mais uma semelhança, o extraordinário talento musical. Mas as coincidências acabam ai. Zeca Torres II tinha um temperamento completamente oposto ao primeiro. Além de adorar uma bebida, seu estilo musical era alegre e popular, onde predominavam sambas e marchas. A todo momento durante essa pesquisa deparávamos com as histórias do Zeca Torres Pequeno. Ou seja, por seu estilo de vida, ele tornou-se um personagem folclórico da musica acreana...


 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Zeca Torres 1

Ao visitar o blog do professor Marcos Vinícius tive a felicidade de ler uma postagem sobre o Zeca Torres, considerado um dos melhores músicos que já existiu no Acre e o texto fala um pouquinho sobre samba, conheçam a história do Zeca Torres clicando AQUI

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ismael Silva explicando a diferença entre seu samba e o samba de Donga

Ismael Silva falava que a música feita por Donga não era Samba e sim Maxixe. Donga dizia que a música de Ismael era Marchinha e não Samba. Não importa! Na verdade os dois tipos de samba foram e são importantes para a cultura do samba no Brasil. Mas vejamos esse vídeo maravilhoso de Ismael Silva, explicando um pouco desse debate.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A VERDADE SOBRE O SAMBA OU APENAS UM ESCRITOR LOUCO?

Indico aos caros Bambas a leitura da parte do livro de LEANDRO NARLOCH, GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL, que cita o samba, só para excitação inicial dos leitores adianto que o escritor chega a indicar que o início da história do samba no Brasil tem profunda influência fascista e também escreve que os primeiros bambas do Brasil, como: Pixinguinha, Donga e Sinhô não tinham o mínimo de preocupação com a cultura do samba, na verdade queriam mesmo era vender, ganhar dinheiro, ao final ele explica os dois estilos de samba (Donga X Ismael Silva) com a descrição de um diálogo maravilhoso entre os bambas, o texto é longo, mas vale muito a pena. Leiam!

SAMBA E FASCISMO

Um traço comum no carnaval de diferentes épocas e países é o de virar as regras do avesso. Durante as festas pagãs da Roma Antiga, que deram origem ao carnaval cristão, escravos e seus senhores invertiam os papéis: por um dia, eram os servos que mandavam. Uma inversão parecida acontecia na Idade Média. As pessoas faziam missas e procissões cômicas - no lugar dos padres, guiavam as cerimônias religiosas personagens bizarros como o Rei Momo. A véspera da quaresma liberava os foliões para tirar um sarro dos próprios costumes religiosos e da Igreja, autoridade indiscutível daquela época. Não havia tantos papéis trocados nos primeiros carnavais do Brasil, mas uma reviravolta de comportamentos também tomava conta.

Durante as festas conhecidas como entrudos, as pessoas atiravam bolas de cera nos outros e faziam guerrinhas d’água pela rua. Em 1832, ao visitar o carnaval de Salvador com dois tenentes da Marinha britânica, o jovem inglês Charles Darwin se assustou com os perigos do carnaval baiano. ”Estes perigos consistem principalmente em sermos, impiedosamente, fuzilados com bolas de cera cheias de água e molhados com esguichos de lata. Achamos muito difícil manter a nossa dignidade enquanto caminhávamos pelas ruas”, escreveu Darwin em seu diário. Por quase todo o país, a polícia até tentava conter os entrudos, mas raramente conseguia. A festa dura até hoje - em alguns blocos do interior, os carnavalescos ainda atiram água, confete e farinha uns nos outros. Na maior parte da história do Brasil, o carnaval foi uma algazarra deliciosamente sem noção.

Mas suponha que, de repente, um ditador bem metódico, militar e fascista, um ditador como o italiano Benito Mussolini, aliado de Hitler na Segunda Guerra Mundial, tivesse o direito de regular essa bagunça para
torná-la orgulho da nação. Como seria o carnaval organizado por Mussolini?

Imagino que não haveria personagens trocados, arremessos de bolas de cera ou guerrinhas d’água. Como em um desfile patriótico, os carnavalescos marchariam em linha reta, com tempo metodicamente marcado para cada evolução. Passariam diante das autoridades do governo e de jurados, que avaliariam a disciplina, o figurino e a média de acertos dos grupos, dando notas até dez. A organização do carnaval permitiria apenas músicas edificantes e patrióticas. Para ressaltar a pátria e deixar de fora a influência estrangeira, a melodia só poderia ser executada por instrumentos considerados da cultura nacional. Se adicionarmos algumas celebridades quase nuas e muitas penugens, o cenário fica parecido com a Sapucaí. Foi mais ou menos assim que nasceu o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Seu formato atual deve muito a costumes e ideologias fascistas da década de 1930, além do interesse do presidente Getúlio Vargas de misturar sua imagem à cultura nacional e popular, exatamente como Mussolini fazia na Itália. Já havia desfiles em sociedades carnavalescas no começo do século 20, é verdade, mas a maioria das regras da apresentação moderna nasceu com o fascismo.

Em 1937, ano em que o governo de Vargas se tornaria uma ditadura bem parecida com a italiana, foi instituído que todos os sambas-enredos deveriam homenagear a história do Brasil. As primeiras regras de avaliação e ordem do desfile nasceram dois anos antes, quando o interventor federal do Rio de Janeiro, Pedro Ernesto, começou a dar dinheiro para as escolas. A apresentação ocorria na Avenida Rio Branco, o mesmo local onde as demonstrações militares comemoravam a Independência todo dia 7 de setembro. Os instrumentos de sopro foram proibidos. Só poderiam participar entidades registradas como sociedades recreativas civis.

Esse carnaval disciplinado e patriótico não nasceu só por imposição do governo: os grupos também aderiram espontaneamente a ele. A Deixa Falar, primeira escola de samba de que se tem notícia, desfilou em 1929 usando comissão de frente cavalos da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Três anos depois, o samba-enredo da escola era Primavera e a Revolução de Outubro, em homenagem à tomada de poder de Getúlio Vargas em outubro de 1930. A apresentação contou com participantes vestidos de militares. Não fosse a influência do fascismo italiano, o famoso desfile do carnaval brasileiro não existiria. E, sem ele, o samba que conhecemos hoje seria também muito diferente. O mesmo patriotismo que deu um empurrão ao desfile de carnaval provocou a folclorização do samba.

O SAMBA ANTES DO FOLCLORE

Costuma-se contar a história do samba em dois momentos opostos.

O primeiro, quando os sambistas eram perseguidos pela polícia - que reprimia manifestações culturais dos negros - e obrigados a tocar escondidos, em vielas dos morros e fundos de quintal. No segundo momento acontece o contrário: o governo passa a incentivar o carnaval e as músicas populares. Em 1995, com a publicação do livro O Mistério do Samba, o antropólogo Hermano Vianna revelou que a mudança de postura com relação à música não aconteceu assim tão de repente. Estilos negros e populares faziam parte de festas dos ricos e famosos séculos antes de o desfile das escolas de samba virar uma festa oficial. Em 1802, por exemplo, o comerciante inglês Thomas Lindley escreveu que as festas dos baianos ricos eram animadas pela ”sedutora dança dos negros, misto de coreografia africana e fandangos espanhóis e portugueses”. Até mesmo em Portugal os músicos populares brasileiros eram bem recebidos. No fim do século 18, poucos anos antes de a corte portuguesa fugir para o Brasil, o músico Caldas Barbosa, mestiço filho de uma escrava, encantou a corte de dona Maria Primeira, a rainha louca, tocando lundus.

Hermano Vianna revelou também que o samba, em sua origem, tinha muito pouco de folclórico ou nacionalista. Os estilos europeus fazem parte da raiz ancestral do samba tanto ou mais que a percussão africana. Os primeiros sambistas liam partituras, tocavam instrumentos clássicos, participavam de bandas de jazz, adoravam ouvir tango e conhecer as novidades musicais nos cabarés parisienses. A cara que o samba tem hoje, de símbolo da ”autenticidade brasileira” e da resistência da cultura negra dos morros cariocas, é uma criação mais recente, que de certa forma abafou a primeira. Afirma Vianna em O Mistério do Samba:

O samba não se transformou em música nacional através dos esforços de um grupo social ou étnico (o ”morro”). Muitos grupos e indivíduos (negros, ciganos, baianos, cariocas, intelectuais, políticos, folcloristas, compositores eruditos, franceses, milionários, poetas - e até mesmo um embaixador Americano) participaram, com maior ou menor tenacidade, de sua ”fixação” como gênero musical de sua nacionalização. Os dois processos não podem ser separados. Nunca existiu um samba pronto, ”autêntico”, depois transformado em música nacional.

Um exemplo de que o primeiro samba não tinha nada de folclórico são dois pioneiros desse estilo musical: Pixinguinha e Donga, que em 1917 registrou o primeiro samba gravado na história. Os dois começaram a tocar juntos na década de 1910, provavelmente na casa da baiana Hilária Batista da Silva, a tia Ciata, na Praça Onze, centro do Rio de Janeiro. O quintal dessa casa é frequentemente apontado como ”berço do samba”, o lugar que abrigou o nascimento mítico desse novo estilo musical. Negra baiana que migrou para o Rio ainda no século 19, Ciata vendia doces vestindo turbante e saia do candomblé. Era a típica figura que inspirou a ala das baianas do desfile das escolas. À noite e nos fins de semana, músicos, políticos, intelectuais, jornalistas e amigos iam para o samba na casa dela - até então, ”samba” significava um evento, uma festa e não um tipo de música. O novo estilo saiu da criatividade daquele grupo de amigos.

Acontece que as composições que surgiram da casa da baiana tinham muito pouco do samba que hoje anima a Sapucaí. Lembravam mais o maxixe, o ”tango brasileiro”, ritmo dançado a dois derivado de polcas europeias. Instrumentos de sopro eram comuns - com sua flauta, Pixinguinha era um dos protagonistas daquelas festas. O escritor Mário de Andrade, no livro Música de Feitiçaria do Brasil, escreveu que a própria tia Ciata ”passava os dias de violão no colo inventando melodias maxixadas”.

Pelo Telefone, grande sucesso daquele grupo, também lembra mais o maxixe que a percussão das escolas de samba. Apesar de ter sido provavelmente uma criação coletiva, foi registrado por Donga, estourando no carnaval de 1917. ”Fiz o samba, não procurando me afastar muito do maxixe, música que estava bastante em voga”, contou o sambista décadas depois. Os músicos da casa da tia Ciata tampouco se achavam defensores de uma etnia, de uma tradição ancestral ou de um símbolo nacional. Pelo Telefone citava uma tecnologia e um jogo tão novos para aquela época quanto o GPS portátil e o pôquer online um século depois: ”O chefe da polícia pelo telefone mandou me avisar que na Carioca tem uma roleta para se jogar”.

Em 1919, Donga e Pixinguinha criaram a banda. Os Oito Batutas para animar a sala de espera do Cine Palais, no Rio de Janeiro. Essa banda foi a primeira a divulgar o samba pelo mundo. Seus integrantes tocavam piano e instrumentos de sopro, apresentavam-se vestindo ternos e sapatos engraxados - o grupo lembrava uma jazz band americana. Como um conjunto de festas de casamento e formaturas nos dias de hoje, tocavam de tudo: lundus, polcas, batuques, músicas sertanejas, maxixes e sambas. Esse repertório eclético rendeu a eles shows pelo mundo. Os Oito Batutas se apresentaram para os reis da Bélgica quando visitaram o Brasil, na embaixada americana (o embaixador admirava o grupo), no pavilhão da fábrica da General Motors e até mesmo para a princesa Isabel e a família real brasileira em exílio na França. Entre fevereiro de 1922 e abril de 1923, passaram seis meses tocando na boate Le Schéhérazade, de Paris, e outros seis se apresentando em teatros de Buenos Aires. Durante a viagem à França, entre cafés e cabarés cheios de novidades musicais, eles se apaixonaram pelo jazz. Ainda em Paris, Pixinguinha ganhou um saxofone de presente. ”Alguns anos mais tarde (fins de 1927), os Oito Batutas circulam pelo sul do Brasil”, conta o antropólogo Luís Fernando Hering Coelho. ”O programa da apresentação no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis, no dia 28 de agosto de 1927 os anuncia como Jazz-Band Os Batutas, e no repertório há sambas, marchas, emboladas, maxixes, e músicas do repertório jazzístico como Who?, Beautiful Girl, Black Bottom, One Step.”

Também era fascinado pela música internacional o flautista, pianista e violonista Sinhô. Uma espécie de Roberto Carlos da década de 1920, Sinhô tinha o apelido de ”o rei do samba”. Deve-se a ele a fixação do samba como um estilo musical que pôde ser descoberto pelas gravadoras de discos. ”O que há de mais povo e de mais carioca tinha em Sinhô a sua personificação típica”, escreveu o poeta Manuel Bandeira, admirador do sambista. Sinhô encantou o Rio de Janeiro compondo valsas, maxixes, fox, charleston, toadas, fados, e chegou a gravar sambas com orquestras. Essa ”personificação típica” do povo ligava pouco para a arte popular. Suas marchinhas carnavalescas eram quase cópias de canções europeias. Numa tarde de 1920, quando tentava divulgar partituras de suas músicas na Casa Beethoven, no Rio de Janeiro, ouviu uma freguesa assobiar a valsa francesa C’est pas Difficile. Fascinado com a canção, foi para casa e tentou repetir a melodia no piano. Trocando algumas notas e adicionando outras, criou a marchinha Pé de Anjo, caçoando do pé grande de China, irmão de Pixinguinha. A música foi o hit do carnaval de 1920.

Assim era o samba brasileiro — inspirado nas novidades europeias e americanas e formado por instrumentos de sopro e piano - até uma ideologia antiga ganhar músculos por aqui: o nacionalismo. Contorcendo a cabeça dos artistas, o nacionalismo provocou o nascimento de um novo samba. Antes de chegar a esse novo estilo musical, é bom dar uma volta pelo tipo de nacionalismo que nasceu no Brasil e o modo como ele criou a imagem que hoje temos do país.

O SAMBA DEPOIS DO FOLCLORE


Durante a garimpagem daquilo que era exótico na cultura brasileira, a primeira leva do samba era cosmopolita demais. No decorrer da década de 1920, Pixinguinha, Donga e Sinhô levaram pedradas da crítica porque suas composições pareciam pouco brasileiras. Em 1928, o crítico Cruz Cordeiro, da revista Phono-Arte, condenou a influência estrangeira em duas composições de Pixinguinha e Donga: Não podemos deixar de notar que em suas músicas não se encontra um caráter perfeitamente típico. A influência das melodias e mesmo do ritmo das músicas norte-americanas é, nesses dois choros, bem evidente.

Este fato nos causou sérias surpresas porquanto sabemos que os compositores são dois dos melhores autores da música típica nacional. Dois anos depois, Cruz Cordeiro, prestes a virar diretor artístico da RCA Victor, a principal gravadora do país, não recomendou a seus leitores o disco que continha nada menos que Carinhoso, a obra-prima de Pixinguinha. Seus argumentos: Parece que o nosso popular compositor anda muito influenciado pelo ritmo e pela melodia da música de jazz. É o que temos notado desde algum tempo, mais de uma vez. Nesse seu choro, cuja introdução é um verdadeiro fox-trot, apresenta em seu decorrer combinações da música popular yankee. Não nos agradou.

Essa patrulha ideológica predominava. O próprio Mário de Andrade participou dela. Em cartas e artigos do fim da década de 1920, ele fala várias vezes da importância do folclore para a música brasileira. Numa carta ao escritor Joaquim Inojosa, diz que ”o compositor brasileiro tem de se basear quer como documentação quer como inspiração no folclore” porque senão ”não faz música brasileira não”. Chega até a usar a expressão ”influência deletéria do urbanismo”:

Nas maiores cidades do país, no Rio de Janeiro, no Recife, em Belém, apesar de todo progresso, internacionalismo e cultura, encontram-se núcleos legítimos de música popular em que a influência deletéria do urbanismo não penetra. Um episódio demonstra como os intelectuais modernistas selecionaram só o que era exótico na cultura brasileira. Na década de 1920, Mário de Andrade conheceu Pixinguinha durante uma apresentação dos Oito Batutas em São Paulo. O escritor se interessou pouco pela música do grupo: queria mesmo era saber de folclore. Estava escrevendo Macunaíma e precisava conversar com algum negro que lhe desse detalhes dos rituais de macumba. Pixinguinha explicou como o candomblé funcionava e acabou virando personagem do romance de Mário de Andrade. Ganhou no livro um retrato folclórico: ”negrão filho de Ogum, bexiguento e fadista de profissão”. O trecho aparece no sétimo capítulo, quando Macunaíma vai a um terreiro de macumba do Rio de Janeiro da mãe de santo tia Ciata, aquela em cuja casa nasceu o samba. Na vida real, ela não era exótica: casada com um funcionário público, fazia das recepções em casa ocasiões
sociais frequentadas por jornalistas e políticos. Mas, no livro, também aparece folclorizada, como uma sinistra mãe de santo, ”negra velha com um século de sofrimento, javevó e galguincha com a cabeleira branca esparramada”.

A macumba para turistas que tanto fascinava os escritores logo teve um equivalente musical. Trata-se do ”samba do Estácio”, estilo surgido no fim da década de 1920. Ao contrário das músicas da primeira leva, as novas não lembravam o maxixe, e sim a marcha, pois a melodia era pontuada e tamborins e surdos. Muito praticadas em bares e morros como os do Estácio e da Mangueira, eram uma ”maneira mais rudimentar de fazer samba, recorrendo muito ao improviso e a técnicas ’primitivas’, se comparadas às desenvolvidas por sambistas e chorões, como Donga, Sinhô e Pixinguinha”. O estilo ainda facilitava o desfile das escolas, como contou, em 1974, o sambista Ismael Silva, um dos fundadores da escola de samba Deixa Falar. ”No estilo antigo, o samba era assim: tan-tantan-tan-tantan. Não dava. Como é que um bloco ia andar assim na rua? Aí a gente começou a fazer um samba assim: bumbum paticumbumpruburundum.”

Os novos sambistas iam conscientemente contra o estilo anterior. Exaltavam a periferia e os morros do Rio apesar de muitos deles serem brancos e terem uma origem mais abonada que os sambistas da primeira geração. Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, autor de clássicos tanto da primeira quanto da segunda leva (ajudou a escrever a letra de Carinhoso e de marchinhas clássicas, como Chiquita Bacana e Balancê) era filho de um industrial e estudava arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes. Noel Rosa, o mais criativo dos compositores de sambas do Estácio, estudou no tradicional Colégio de São Bento e chegou a entrar na faculdade de Medicina. Como outros sambistas dessa geração, Noel Rosa adotou o marketing da pobreza, fazendo de si um representante da periferia carioca. ”Noel vestiu rigorosamente o figurino do samba do Estácio e desconsiderou o resto. Em seus sambas ocorrem várias saudações a quase todos os recantos do samba no Rio de Janeiro, quase todos ligados às recentes escolas de samba e que faziam sambas nos moldes do Estácio: Mangueira, Salgueiro, Osvaldo Cruz, Madureira etc.”, escreveu o historiador José Adriano Fenerick. ”No entanto, Noel nunca se referiu à Cidade Nova, local de onde saíram os sambistas da geração de Donga e Pixinguinha, como sendo reduto de bambas. Ele, num primeiro momento, desloca o samba do fundo das casas das tias baianas para o morro e o subúrbio [...].”

O marketing da pobreza deu certo. No meio da década de 1930, o novo estilo já carregava a imagem de expressão cultural dos morros e dos negros. Tinha se tornado folclore, um valor cultural que deveria ser preservado e protegido de influências externas. Em 25 de fevereiro de 1936, o jornalista Carlos Lacerda escreveu no Diário Carioca:

O samba nasce do povo e deve ficar com ele. O samba elegante das festanças oficiais é deformado: sofre as deformações na passagem de música dos pobres para divertimento dos ricos. O samba tem de ser admirado onde ele nasce, e não depois de roubado aos seus criadores e transformado em salada musical para dar lucros aos industriais da música popular. O samba é música de classe. O lirismo da raça negra vive nele. Já nessa época, Carlos Lacerda falava da música dos pobres como se ela fosse o samba original, que luta para não ser deformado pelo capitalismo. Na verdade, aconteceu o oposto. O samba nasceu com músicos que queriam ganhar a vida e agradar o público, e não fazer autoetnografia. ”O interessante é que o ’autêntico’ nasce do ’impuro’, e não o contrário, mas em momento posterior o ’autêntico’ passa a posar de primeiro e original, ou pelo menos de mais próximo das ’raízes’”, afirma o antropólogo Hermano Vianna no livro O Mistério do Samba. Ele acrescenta: Não se pode dizer que as escolas de samba fossem fenômenos puros, mas se criou em torno delas um aparato que defende essa pureza, condenando toda modificação introduzida no samba.

Os primeiros sambistas, aqueles que também tocavam jazz e maxixe, morreram irritados com os músicos do morro. Em janeiro de 1930, Sinhô se queixou ao jornal Diário Carioca:

A evolução do samba! Com franqueza, eu não sei se ao que ora se observa, devemos chamar evolução. Repare bem as músicas deste ano. Os seus autores, querendo introduzir novidades ou embelezá-las, fogem por completo ao ritmo do samba. O samba, meu caro amigo, tem a sua toada e não pode fugir dela. Os modernistas, porém, escrevem umas coisas muito parecidas com marcha e dizem ”samba”. E lá vem sempre a mesma coisa: ”Mulher! Mulher! Vou deixar a malandragem”. ”A malandragem eu deixei”. ”Nossa Senhora da Penha”. ”Nosso Senhor do Bonfim”. Enfim, não fogem disso.

No fim dos anos 1960, o jornalista Sérgio Cabral (pai do governador do Rio de Janeiro) testemunhou um debate entre Donga, o rei do primeiro samba, e Ismael Silva, cofundador do segundo estilo. A discussão começou quando os dois tiveram que responder à pergunta: ”Qual o verdadeiro samba?”

DONGA: Ué, samba é isso há muito tempo:
O chefe da polícia
Pelo telefone
Mandou me avisar
Que na Carioca
Tem uma roleta para se jogar...

ISMAEL: Isso é maxixe!

DONGA: Então o que é samba?

ISMAEL: Se você jurar
Que me tem amor
Eu posso me regenerar
Mas se é
Para fingir, mulher
A orgia, assim não vou deixar

DONGA: Isso é marcha!
 
Apesar do desdém dos velhos compositores, o samba do Estácio, acompanhando o enredo das escolas, ganhou o país pelas rádios e como propaganda de Getúlio Vargas. Grupos de samba faziam parte de apresentações folclóricas de eventos oficiais, ao lado de danças indígenas. A Hora do Brasil, programa criado pelo governo Vargas, incluía sambas das escolas na sua programação. Em 29 de janeiro de 1936, a Estação Primeira de Mangueira comemorou o fato de seus sambas terem sido transmitidos, numa edição especial do programa, para a rádio nacional da Alemanha nazista. Enquanto censurava rádios e jornais, amedrontava escritores e artistas e proibia imigrantes europeus de falar línguas estrangeiras em público, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) financiava nos blocos de carnaval e concursos carnavalescos. A transformação do samba de música regional a ícone nacional deve muito a Getúlio Vargas. Mas não só a ele. Também é resultado da influência de outro personagem famoso: o Pato Donald.

No fim da década de 1930, o samba se confundia tanto com o Brasil que foi possível existir uma criatura estranha — o samba-cívico. Os músicos adulavam o país e o presidente. A composição É Negócio Casar, composta por Ataulfo Alves e Felisberto Martins, em 1941, fala que ”O Estado Novo veio para nos orientar. No Brasil não falta nada, mas precisa trabalhar”. Salve 19 de Abril, criado em 1943, comemora o aniversário de Getúlio Vargas, que segundo a música ”veio ao mundo porque Deus quis, o timoneiro que está com o leme do meu país”. Ministério da Economia, também de 1943, conta que as coisas melhoraram: ”Sua Excelência mostrou que é de fato, agora tudo vai ficar barato, agora o pobre já pode comer, até encher”.O grande clássico do samba cívico foi Aquarela do Brasil, de Ary Barroso. Composto seis anos depois que Gilberto Freyre publicou Casa-Grande e Senzala, a letra já associava o Brasil aos mulatos: ”Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, vou cantar-te nos meus versos”. A música de Ary Barroso estourou no Brasil pouco antes de Walt Disney, criador do Mickey e do Pato Donald, fazer uma visita ao Rio. Acabou virando trilha sonora do desenho animado Alô, Amigos, de 1942. No desenho, o Pato Donald conhece um novo personagem, chamado Zé Carioca. Os dois amigos andam por um calçadão carioca, tomam cachaça - o Pato Donald engasga com a bebida enquanto Zé Carioca toca uma caixinha de fósforo - e sambam com Carmen Miranda. Nada poderia ser mais significativo para os brasileiros. Na década de 1940, o Brasil era rural e pobre - não participava da lista das trinta maiores economias do mundo. De repente, a nação que poucas décadas antes se considerava uma reunião de párias e degenerados ganhou uma homenagem da Disney, referência artística de um dos países mais poderosos. O transtorno bipolar chegou ao pico de euforia.

Foi assim que o samba virou o símbolo da nação e do povo brasileiro. Sua ascensão tem pouca coisa de pura e autêntica: veio da variação de um estilo anterior, nacionalizou-se com a obsessão dos artistas com o exótico, o interesse de um presidente fascista e a influência de um desenho animado. Uma música não é necessariamente ruim por ter surgido desse jeito - afinal de contas, se existir algum estilo original ou puro, ele
deve ser chatíssimo. Não é exatamente o samba que é chato de ouvir, e sim tanta gente propagando a ladainha de que ele remete à raiz autêntica brasileira.

Sobretudo porque isso faz mal à música. Em outros países com cultura negra, a música popular não fez cara feia para modernidades e se ligou na tomada, adotando instrumentos eletrônicos. O jazz, apesar de ter sido usado como propaganda americana, não se tornou ícone de identidade nacional dentro do país. Isso deixou o estilo livre para se misturar e se diversificar - ainda hoje renasce em tipos diferentes. No caso do samba, sempre que alguém tentou alterá-lo, levou pedradas. Em julho de 1940, no primeiro show no Brasil depois de uma temporada nos Estados Unidos, Carmen Miranda cantou sambas em inglês no Cassino da Urca. A plateia, cheia de políticos do Estado Novo, recebeu a cantora com um silêncio constrangedor (depois ela revidaria com a música ”Disseram que eu voltei americanizada...”). Quando João Gilberto misturou o samba com o jazz, criando a bossa nova, mais pedradas: o novo estilo seria resultado da ”alienação das elites brasileiras”, escreveu o crítico José Ramos Tinhorão.

Não é só o samba que sofre com esse patrulhamento. Uma crítica parecida atingiu o movimento mangue beat, criado pelo pernambucano Chico Science. O escritor Ariano Suassuna, enfadonho defensor da pureza cultural pernambucana, criticava (ainda na década de 1990) o criador do mangue beat por misturar a cultura do estado com coisas de fora. Como propuseram os integralistas décadas antes, Suassuna gostava apenas do que era folclórico - a parte ”Chico”. ”Com sua parte Science eu não quero negócio não”, dizia ao músico. Os próprios sambistas parecem obcecados em deixar o estilo numa jaula de vidro que todos devem apreciar. ”Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar”, afirma uma composição. ”Tá legal, eu aceito o argumento, mas não altere o samba tanto assim”, diz Paulinho da Viola.

Com tanta preocupação em cultuar o exótico, alguma escola de samba poderia homenagear o Blanka, personagem brasileiro no videogame Street Fighter dois. Nesse clássico dos fliperamas dos anos 1990, o jogador pode escolher seu lutador entre vários, cada um representante de uma nação. O japonês Ryu é o galã: especialista em artes marciais, luta com um quimono rasgado nos braços, deixando os bíceps à mostra. Ken, representante americano, também é uma pessoa normal. Nenhum jogador é tão fiel à pátria quanto Blanka. O brasileiro é um monstro corcunda com o corpo verde e o cabelo laranja, que dá choques elétricos como um peixe amazônico, chupa o cérebro dos adversários e parece mentalmente menos capaz. De tão exótico, feio e colorido, parece ter saído direto da Sapucaí.

Parece-me que o nosso querido historiador Marcos Vinícius acha que tal escritor está mais para louco, veja aqui

terça-feira, 1 de novembro de 2011

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

DÉCADA DE 90, TRANSIÇÃO OU MALDIÇÃO DO SAMBA?


O samba viveu tempos importantes para a sua história e para a forma de como ele está hoje em dia, tempo de repressão, tempo de glória, tempo de enfraquecimento e até tempo de ressurreição.
Na década de 10 houve a gravação do primeiro samba, mas especificamente em 1917, de autoria de Donga (até hoje há controvérsias sobre o autor), época que ainda os sambistas eram perseguidos pelo polícia e quem batucasse, fizesse samba na rua era preso. Na década de 20 os sambistas passam a ser procurados por grandes cantores que queriam letras, composições para seus discos e para cantarem nas rádios, nesse período começa intensamente a famosa venda de composições. No final da década de 50 surge a Bossa-Nova, que gerou uma imensa discussão entre os Bambas da época, uns a favor da “modernização” do samba, pois pela primeira vez desciam os morros e iam parar direto na zona sul, outros eram contra, com o argumento da “apropriação indevida” de uma cultura ou devido a “comercialização” de uma arte. Na década de 80 surge um novo modo de fazer samba, com novos instrumentos, novos compositores, estilo de batucar diferente, esse foi o movimento denominado: Cacique de Ramos, porque surgiu na quadro do bloco carnavalesco com o mesmo nome.
Chega a década de 90, surge um novo jeito de explorar a cultura, seus Bambas não eram mais vestidos com ternos de linho, agora eram roupas apertadas e coloridas, cordões e pulseiras de ouro pelo corpo, o gingado da malandragem abria passagem para o rebolado sensual, vários grupos surgiram e a palavra pagode, que antes representava as reuniões feitas por sambistas para cantarem samba, passou a ser usada como se fosse um novo ritmo (a explicação para a piada infame: Por que o Zeca Pagodinho toca samba e o Exaltasamba toca pagode? É essa!!! O Zeca era chamado de pagodinho porque vivia nas rodas de samba, ou seja, nas reuniões de bambas que eram chamadas de pagode e o Exalta no início da carreira tocava samba de raiz, a mudança de estilo veio depois, pronto! Não me contem essa piada novamente). O movimento de 90 foi o que mais mudou a essência daquele primeiro samba de Donga, a juventude da época que queria estudar o samba ou apresentá-lo de forma inicial (raiz) recorriam a década anterior (1980), daí a importância do Cacique de Ramos , ele foi um primeiro degrau para uma juventude que iria se aprofundar ainda mais no samba, depois da busca pelo Cacique a maioria passa a conhecer os grandes Bambas, como: Cartola, Noel e outros, por isso o movimento do Cacique de Ramos foi tão importante, é uma ponte para novos conhecimentos, uma espécie de túnel do tempo que levava para o passado. Hoje alguns desses fundadores do Cacique até fazem um estilo mais próximo da década de 90, mas já obtiveram suas importâncias.
De 1990 em diante os sambistas (que cultivam a essência primária do samba) tiveram que sofrer a equiparação com um estilo totalmente diferente, porém, tido como igual. Lembro que em tudo existem exceções e devem ter surgidos na década de 90 bons sambistas, embora não lembre agora. O que aconteceu na época foi que os novos grupos escreviam suas composições no estilo da música sertaneja (que também já sofria mudanças), um sucesso na época, e juntavam com a batida do samba, que tinham aqueles mesmos instrumentos criados no Cacique.
Não estou criticando o novo estilo da década de 90, só pergunto: DECÁDA DE 90, TRANSIÇÃO OU MALDIÇÃO DO SAMBA?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Por dentro das quadras (com Samuel Luz, o Manin)

Olá caros bambas de plantão, eis que apareço novamente nesse espaço depois de tanto tempo para falar de um assunto muito especial: o samba da minha Portela querida! Sim, esse ano temos um samba enredo de primeira categoria. Mas primeiramente, faremos um apanhado geral do carnaval carioca.

No carnaval de 2011, podemos dizer que o grande destaque foi a cadência que as baterias das escolas apresentaram, deixaram um pouco de lado aquela correria que, infelizmente, já estávamos acostumados. Tomara que não tenha sido uma situação pontual, que esse ano confirmem esse retorno tão esperado da cadência no samba. Quando um samba é cadenciado, é mais gostoso de se ouvir e cantar. A bateria trabalha em função do samba, e não o contrário.

Para o carnaval de 2012, já podemos destacar que as escolas de samba escolheram grandes enredos para desfilar. Destaco, além da Portela, Vila Isabel, Mangueira, Imperatriz, Renascer de Jacarepaguá, Grande Rio e, no Grupo de Acesso porém não menos importante, Império Serrano. Gravem uma coisa amigos: enredo bom rende uma boa safra de samba e, se tudo correr como esperado, será escolhido um bom samba na escola.

Voltando ao tema, Manin, então quer dizer que samba bom é que tem 3 refrões e é cantado em tom menor, como esse da Portela? Essa é a nova “tendência”? Não amigos, não é nada disso. O que faz desse samba da Portela importante é que ele foi feito com liberdade, os compositores não se apegaram a nenhuma fórmula ou jeito de fazer. Na final, esse samba de Wanderlei Monteiro ganhou de 2 sambas muito bons, mas não ganhou porque era diferente, e sim porque era melhor, era o que a comunidade queria.

Acho que a Portela tem tudo pra fazer um desfile muito bom, com um samba que vai ser cantado com muita garra pela escola (como sempre, por sinal) e, me arriscando a palpitar no campo mais técnico, dá muitas possibilidades para a bateria Tabajara do Samba usar a criatividade em algumas partes, pois o samba em algumas partes tem um canto mais pausado e em outros acelerado.

Acredito realmente que podemos estar presenciando um resgate de valores no carnaval carioca. Uma revolução não se faz da noite pro dia, ela é silenciosa. Mas não podemos descansar e achar que a partir de agora toda bateria vai ser cadenciada e todo samba escolhido pelas escolas vão ser nota 10 (não a nota 10 dos jurados, por favor. Falo de um samba nota 10 mesmo!).

Já dizia Pintado e Neném, “depois que o visual virou quesito (...) o samba perdeu a sua pujança...”

Mas como uma imagem fala mais que mil palavras, sugiro que assistam esse vídeo, é o momento que a comunidade soube qual era o samba campeão. Vejam e notem a alegria geral.

Letra do samba da Portela para o carnaval 2012:

Compositores: Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento e Naldo


Meu rei
Senhor do Bonfim alumia
Os caminhos da Portela
Que eu guardo no meu patuá
Eu vim na proteção dos meus guias
Com Clara guerreira à Bahia
Cheguei, eu cheguei pra festejar
Deixa lavar, nos altares e terreiros
Tem jarro com água de cheiro
Vou jogar flores no mar

No mar
Procissão dos navegantes
Eu também sou almirante BIS
De nossa senhora Iemanjá


Vou no gongá
Bater tambor
Rezo no altar
Levo o andor
Vem chegando os batuqueiros
Desce a ladeira meu amor
Que a patuscada começou
Eu vim pra rua
Onde o samba de roda chegou


Iaiá
De saia rendada em cetim
Bota o tempero na festa BIS
Oi, tem abará e quindim


Portela cheia de encantos
Acolhe a Bahia em seu canto
Com festas, rezas, rituais
Vestido de azul e branco
Eu venho estender o nosso manto
Aos meus santos do samba que são Orixás


Madureira sobe o Pelô... Tem capoeira
Na batida do tambor... Samba Ioiô
Rola o toque de Olodum... Lá na Ribeira BIS
A Bahia me chamou




Ouça o samba nesse link:
Portela 2012 - Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento & Naldo.mp3

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ALDEIA SONORA NA SINTONIA DO SAMBA 14/10/2011

Caros Bambas, acho que vocês sabem, todas às sextas apresento o programa ALDEIA SONORA NA SINTONIA DO SAMBA, na Aldeia FM, às 21:30h, um dos ouvintes do programa meu amigo João Gabriel me deu a idéia e sugestão de postar aqui toda semana o áudio do programa anterior, então, se você não teve como ouvir o programa na sexta, terá a oportunidade de ouvir aqui no blog. Ouçam e fiquem a vontade para fazer pedidos nos comentários para o programa da próxima sexta.

Esse programa foi ao ar no dia 14 de outubro de 2011, o bamba da Aldeia desse programa foi Dorival Caymi (Bamba da Aldeia é um qudro em que falo de forma simplificada de um compositor e toco músicas dele).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O samba e a solidariedade

O Samba tem a força de fazer com que eu sinta algumas sensações incríveis, essa arte me deixa mais perto de Deus, com certeza, a música, a harmonia, junto com a batucada, vozes em gritos clamando o amor, a realidade, a saudade, esse é o Samba, mais que um ritmo, mais que uma música, o Samba é vida, é acalanto, quando penso que ele já me deu tudo lá vem ele outra vez me surpreender, faço meu os versos de Ivone Lara: "O Samba me deu muito mais do que eu quis", em visita à Colônia Souza Araújo, junto com os irmãos do Clube do Samba ele novamente me deixou pasmo, arrepiado, com aquela sensação de estar em um nível mais próximo da felicidade, eles foram de fato, sem hipocrisia a melhor platéia que já tive, cada sorriso, cada olhar tímido, cada "remelexo" nas cadeiras me fizeram realmente um SER humano. Obrigado Clube do Samba por essa oportunidade, obrigado Samba!

Segue o texto retirado do blog do Clube, escrito pelo Bamba Joseph, visitem: http://clubedosambaacre.blogspot.com/2011/10/visita-colonia-souza-araujo-acao.html

No ultimo sábado, 01 de outubro, o Clube do Samba do Acre realizou sua primeira ação filantrópica, uma visita à comunidade de portadores de Hanseníase, denominada Colônia Souza Araújo, visando levar aos residentes não só os donativos arrecadados junto à sociedade, mas, também, alegria, através da cultura do samba, além de tentar desmitificar um pouco as histórias por trás da doença e amenizar um pouco o preconceito.
Previamente, o Clube do Samba do Acre buscou, através de uma palestra para os membros do clube, realizada pelo médico Hériko Rocha, também membro do clube, esclarecer as formas de transmissão, o histórico e o tratamento da doença, para evitar constrangimentos aos internos.
Saindo da rua que é, além de ponto de encontro, o símbolo do samba acreano, a Francisco Mangabeira, no bairro Aviário, os membros do clube partiram pontualmente às 14h em direção à Colônia, levando cestas básicas, instrumentos e alegria, não faltando, durante a viagem, animação e muito samba.
Durante a visita, os membros do clube realizaram a entrega dos donativos, ofereceram um lanche (patrocinado pela Secretaria de Educação do Estado e pela Ordem Demolay) e, como não poderia deixar de ser, fizeram uma roda de samba muito animada, que contou, inclusive, com a participação de um dos pacientes, o qual era músico, antes de ser acometido pela hanseníase.
Com a frase “Um musico atrai outro”, Anísio Pimentel Melo, 64 anos e portador de Hanseníase desde 1974, que já foi músico profissional, se juntou à roda, revelando que tocou em várias bandas da noite de Rio Branco: “eu tocava na Demônios do Ritmo que era autorizada pelos Demônios da Garoa”, disse, enquanto tocava um tantã com bastante animação. Declarou, também, que só parou de tocar quando estava muito doente, não aguentando os sintomas e a discriminação que a doença traz.
Os resultados da visita superaram as expectativas de todos os membros. Muita alegria foi levada a esses pacientes, os quais vivem isolados e sofrem um preconceito absurdo por causa da doença, o objetivo do Clube do Samba do Acre foi mostrar que não precisamos ter medo dos portadores desta doença e que, na verdade, é nosso dever tentar fazer a vida desses pacientes um pouco menos sofrida.


O CAMINHO



A FESTA

Steve Jobs

Sem palavras, simplesmente fantástico! Essa cutucada na Windows foi clássica, adoro pagode!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quinteto em Branco e Preto

É o seguinte, essa história de dizer que São Paulo é o túmulo do Samba é pura "carmelhagem", primeiro temos um dos maiores bambas de todos os tempos que é paulista, Adoniran Barbosa, e agora temos o melhor grupo de SAMBA da atualidade (junto com o Grupo Samba de Fato) de São Paulo, falo do Quinteto em Branco e Preto, há anos já na estrada, mas como a mídia não dá confiança aos verdadeiros grupos de samba quase ninguém conhece. Comprovem!!!

Salve Quinteto!



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estrelão!

Um sambinha curto que fiz para o Glorioso Estrelão

ESTRELÃO

VAI COMEÇAR O SHOW NA ARENA DA FLORESTA
A TORCIDA QUER VER GOL
O ESTRELÃO É QUEM COMANDA A FESTA
(REFRÃO)

É O MEU LINDO ESTRELÃO RUMO A SEGUNDA DIVISÃO
NÃO TEM CHORO, NÃO TEM VELA E NEM UM TAL DE TAPETÃO

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Roqueiros, entendo sua dor!

Vendo o Rock in Rio e analisando a atitude dos roqueiros, senti-me solidário com a dor dos colegas, afinal, há um erro no nome do festival, não sou contra a participação de vários ritmos no evento, porém, Claudia Leite, Ivete, Rihana não são Rock, ou são? Por respeito à “tribo” roqueira é salutar que seja trocado o nome da festa, a questão não tem ligação com gosto musical, ou tradicionalismo e sim, apenas, respeito a um nome de uma cultura, vivemos esse desrespeito aqui em âmbito estadual, aqui um pouco pior, ou vocês acham que Banda Cheiro de amor é samba. Poupe-me! Para bom entendedor meia palavra basta. Samba é Samba, Rock é Rock, Axé é Axé e respeito é respeito. Sei que sou chato, eu e o Regério Ceni.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Esse samba não diz nada (Da Costa)

O documentário sobre o Mestre Da Costa cumpre um papel importante na história do samba acreano, primeiro por homenagear um dos grandes pilares da arte batuqueira de nosso estado e segundo por deixar um registro histórico aos novos bambas, passei e passo por essa dificuldade quando tento pesquisar sobre o samba na terrinha de Galvez.
O filme é uma celebração à arte do Da Costa, não é um daqueles registros piegas que aparece um cidadão falando: "Da Costa nasceu em..."; Não! O documentário é regido por muita gargalhada, sambas e saudade do mestre, parabéns para toda a equipe, ficou fantástico!!!
Assistam!!!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Documentário: ESSE SAMBA NÃO DIZ NADA (Salve mestre Da Costa)

Sábado, às 20h, no Cine Recreio, tem o lançamento do Documentário DA COSTA... ESSE SAMBA NÃO DIZ NADA no qual tive o prazer de participar junto com meus irmãos do Grupo Roda de Samba, Da Costa foi com certeza um dos baluartes do samba acreano, merece que os Bambas encham o teatro para prestar essa homenagem, vamos lá sambistas!!!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Foi um rio que passou em minha vida (Marcos Vinícius)

Fiz um grande amigo nesse ano, o historiador Marcos Vinicius, um cara com pensamentos esfuziantes e ótimo profissional, posso dizer que foi AMIZADE à primeira vista, acho que por trabalharmos em prol da cultura, ele carioca (terra do samba), enfim, somos dois malucos, hoje ele me ligou direto da cidade maravilhosa e disse: "Cara, fiz um texto que você vai gostar!".
Acertou na veia meu amigo pândego, adorei o texto e por incrível que pareça senti o mesmo ao chegar ao Rio, mas ligado com o Samba, certamente o que está escrito pode ser lido e sentindo também referente a cultura do Samba, é só trocar o Marcos Vinícius por um verdadeiro sambista, a livraria pelo samba de raiz, as lojas de informática por esse "pagode" e substituir o velho saxfonista por todos os bambas que resistem em prol da cultura. Lembrando que adoro o que é novo, mas tem que ser bem feito e com propriedade.

Leiam o texto aqui

Parabéns "Cão"!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vamos compor para o Samba do Acre não morrer


“Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar”
O Samba daqui é o mesmo do Rio de Janeiro e do resto do Brasil, enquanto os sambistas acreanos não alertarem para a necessidade de mostrarmos nossa cultura, nosso cotidiano, enfim, compor, sempre seremos sambistas covers, como é bom cantar Cartola, Noel, João Nogueira e outros, mas temos que dar um banho de Acre em  nosso Samba, como fez Da Costa, exaltando os personagens Catraieiro e Seringueiro, cantando nossa cidade, glorificando nosso povo, nós no Acre somos mestres em dar nossa “cara” em tudo, mas no Samba estamos devendo, talento temos de sobra, temas não faltam, então mão na massa caros Bambas, como gostaria de ouvir um bom Samba viajando nas palavras “má rapaz”, “é mermo” e etc, temos que dar nossa identidade, como começou Da Costa, fervilhar culturalmente nossas rodas, nossos pagodes, sempre lembrando que o sambista não é aquele que toca samba e sim aquele a quem o samba toca.
Vamos compor?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

DESCANSE EM PAZ ILLIPLAY!

Amigo, estou sem pensamentos poéticos para te escrever algo, mas na frente quem sabe consigo ter inspiração para te prestar uma homenagem linda, você merece! Hoje nesse dia tão triste só consigo lembrar dessa canção do Renato Russo.
Vá em paz amigo, como tú farás falta.

Illiplay!!!


Os Bons Morrem Jovens

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais

Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...
Cedo demais!

Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...

Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...

Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste Ano
O verão acabou.
Cedo demais!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ROBERTA SÁ


Um som esquisito, um som agradável, um samba moderno, moderno mesmo, com todos os requintes de crueldade ao chamado raiz.
Sempre busquei uma harmonia entre o samba e a modernidade, achei! E não tem nada a ver com mistura do samba com o Rap ou Rock,  é o velho samba que admiramos, com letras profundas, com respeito, apenas com novos compositores e fugindo de músicos tradicionais.
Roberta Sá, parabéns! Mostraste-me que estava buscando a modernidade do samba em lugares errados, novidades antigas, mas novas.
O novo samba é com você, continuarei ouvindo Cartola, mas mostrarei teu som ao meu filho, roda menina, vai cantar, vai sambar, vai mostrar a esse país preconceituoso musicalmente (nós músicos) que o novo sempre vem, que o samba não vai morrer, mesmo que ele venha misturado com sons estranhos, adorei, índico!

Pra se ter alegria ROBERTA SÁ!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ALDEIA SONORA NA SINTONIA DO SAMBA

Caros Bambas, fui convidado para apresentar o programa ALDEIA SONORA NA SINTONIA DO SAMBA, hoje é minha estréia como radialista, fico feliz e lisonjeado por ter a oportunidade de estar a frente de um programa que exalta o nosso SAMBA, conto com vocês para que juntos possamos lançar na casa dos acreanos o melhor da nossa cultura. Aguardem novidades !!!

Recado especial e bem particular: Conto com vocês Clube do Samba !!!

Então é assim...

ALDEIA SONORA NA SINTONIA DO SAMBA
TODA SEXTA
ÀS 21:30h
APRESENTAÇÃO: BRUNNO DAMASCENO
ALDEIA FM

Ouça pela net aqui

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

JUVENAL ANTUNES (VOTO FEMININO)


Quando em 1928 a imprensa adotou a campanha pelo voto feminino imediatamente Juvenal Antunes endossou o movimento em versos.

Antes do mais aqui eu me defino:
Sou a favor do voto feminino!
Eu creio que a mulher pode votar,
Sem que com isso vá deixar de amar.
Uma ojeriza definitiva do vate:
Só não penso em mulher feia,
Seja livre ou seja alheia.

(texto retirado do livro TÃO ACRE, de José Chalub Leite)

Conheça mais as histórias e poesias do Juvenal aqui

terça-feira, 16 de agosto de 2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DA COSTA O SAMBISTA PREFERIDO DA AMAZÔNIA

Com a nobre ajuda do Professor Marcos Vinicius tive acesso a essa matéria do Jornal O RIO BRANCO de 22 de janeiro de 1987, em que o Mestre Da Costa é intitulado como o cantor preferido da amazônia e o Bamba ainda solta uma frase em que eu achei maravilhosa: "Minha voz e minha ginga bastam. Para cantar dispenso luz, fumaça, tralhas eletrônicas de não sei quantos watts de saída. O samba bem brasileiro é o que interessa ao povo".

Dá-lhe Da Costa!!! Nosso samba agoniza mas não morre!!!


Clique na imagem e leia a matéria


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

JUVENAL ANTUNES



Juvenal Antunes veio para o Acre como promotor de Justiça, mas era mesmo um boêmio inveterado. Não se enganem com a foto: o terno nunca foi seu uniforme: passava os dias metido num robe, na porta do hotel Madrid, onde vivia em Rio Branco, bebendo, fazendo versos e proclamando seu amor à Laura, mulher casada que lhe inspirou os mais belos sonetos.
Arredar o pé dali? nem pra receber o ordenado, que lhe chegava por exercícios findos!


MINHA FLOR
Meu imortal amor! És a querida
Mulher que amarei por toda a vida!
E sempre desejada e possuída
E ardentemente, sempre amada!
Nas orgias de sonhos, eu, de um nada,
Tirava tudo! A minha alma ajoelhada,
Gigantesca se sente, engrandecida
E com a força de amar reproduzida!
Algum dia (como isso me apavora!),
Meu coração há de marcar a hora
Em que falecerá o nosso amor?
Não, Laura! Porque o nosso amor é constante,
Viverá mais do que o judeu-errante,
Minha cheirosa e envenenada flor!

PS: Estás aprendendo a fazer versos, Laura? E a tua linda inspiração é este mísero poeta pelo avesso?Colheste uma flor para ofertar-me em versos? Ah! Que maravilhosa mulher o Criador me deu! E que nobre honra servirte de tão singela motivação! J.A.

Rio Branco - Acre, ano de 1922.

Será que esses versos se enquadram em um samba? Aguardem!!!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O SAMBA E O ACRE !!!

Santino, carioca lotado de gingas e malandragens, sambista mangueirense, morou em Rio Branco muito tempo. Na bagagem trouxe o espírito carnavalesco do Rio. Sentou acampamento ao descer na capital acreana no bairro Quinze e lá fundou a escola de samba que tem o nome do bairro do samba e do amor, a ESUB-15 que tantos campeonatos colecionou.


O GOLPE DO SAMBISTA SANTINO


Da primeira diretoria faziam parte o ex-craque do Independência e naquela época, década de 70, superintendente industrial do extinto SERDA, o Darcy Silva, na qualidade de tesoureiro e o Vevé, brincando de diretor social.

O presidente Santino resolvia tudo sozinho, sem dar contas de seus atos à diretoria. Logo correu notícia do sumiço de instrumentos de percussão dados à sociedade carnavalesca pelo prefeito Durval Dantas, do dinheiro arrecadado durante os ensaios e dos bingos. Os diretores se reuniram e decidiram depor o presidente. Marcaram encontro na sede social da Escola de Samba Unidos do Bairro 15 para a manhã de um sábado, para discutir a intervenção, demissão e nomeação do novo condutor da entidade. Ordenaram a convocação de Santino à reunião.

Matreiríssimo como todo carioca, Santino preparou-se para a tomada de contas. Quando a severa comissão, à frente Darcy e Vevé, adentrou no recinto, o presidente sob suspeição recebeu-a com salamaleques, meia-dúzia de cervejas estupidamente geladas, daquelas véu de noiva e tira-gosto de calabresa, além de robusta galinha assada com farofa de ovos. Todos eram amantes de fé e camaradas de loura suada. O Santino não permitia garrafa vazia nas mesas, reabastecia sem cessar. No final da tarde, àquela altura do campeonato os tamborins, surdos, cuícas, trombones roncando e suando, o mulherio adrede convocado pelo esperto Santino remelexendo no salão, os diretores intervencionistas de porre, firmaram jurisprudência carnavalesca:


– O Santino é o maior presidente da ESUB-15 de todos os tempos!

Texto retirado do livro TÃO ACRE - O HUMOR ACREANO DE TODOS OS TEMPOS II, de José Chalub Leite

terça-feira, 26 de julho de 2011

Grupo Roda de Samba na NOITE DO AMOR BARATO (HOMENAGEM A CHICO BUARQUE)

A próxima apresentação do GRUPO RODA DE SAMBA será no sábado, na NOITE DO AMOR BARATO, trata-se de um projeto com vários artistas para homenagear nada mais, nada menos que CHICO BUARQUE, será no Solar de Maria (Av. Ceará - Bosque).

Mais informações aqui, também pode ser aqui ou nesse lugar


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Papo ou História de Música?

Estou preparando uma nova sessão no Blog, vai tratar de algumas histórias e fotos da música acreana, isso tudo com a ajuda do Historiador Marcos Vinícius Neves, que me chama carinhosamente de CÃO, estou pensando nome, layout e etc, mas como sou ansioso segue uma foto e uma matéria de um jornal na época que o Paulinho da Viola veio ao Acre e homenageou o Mestre Da Costa.

Aguardem essa sessão!!!



Novo CD do Chico Buarque

Aos apreciadores do maior gênio vivo da música brasileira chegou a hora, foi lançado o novo cd do Chico, eu já garanti o meu e você?




sexta-feira, 15 de julho de 2011

Novo CD de Chico Buarque - CHICO

Depois de cinco anos de espera os fãs de Chico Buarque, como eu, já devem estar ansiosos para o lançamento do CD do Mestre da Arte, a obra chega as lojas no dia 22 de julho, vindo de Chico Buarque sabemos que vem coisa boa, aos mais ansiosos (que é meu caso) podem reserva-lo. Uma grande notícia foi a gravação do samba SOU EU, aquele mesmo em parceria com o Ivan Lins, gravado pelo Diogo Nogueira, dessa vez esse samba lindo foi gravado pelo Chico com a grande, esfuziante participação do Mestre Wilson das Neves.

Chicólatras de plantão: http://www.biscoitofino.com.br/bf/cat_produto_cada.php?id=676

segunda-feira, 11 de julho de 2011

OUÇAM

SUBTRAÇÃO (SERENO)
NOVO CD DO GRUPO FUNDO DE QUINTAL
Chega as lojas o novo CD do Grupo Fundo de Quintal (MINHA VERDADE), os pais desse novo samba brasileiro vem seguindo a linha dos cds anteriores, agora com um novo integrante no Cavaquinho e na voz em algumas canções (Flavinho Silva), o Grupo regravou a bela canção FÉ EM DEUS do próprio Flavinho, mas a música que mais me chamou a atenção foi SUBTRAÇÃO do Mestre Sereno, na minha opinião o maior compositor do Grupo. Uma canção no verdadeiro estilo Sereno de compôr. De fato o Grupo não traz aquele samba de raiz inicial que era entoado no Cacique de Ramos, digamos que o Fundo de Quintal teve que se adequar as novas "modernizações" do samba, mas a batucada continua insuperável, os "velhinhos" mandam bem!

Pontos positivos do Samba:

-Letra gostosa de ouvir
-A voz do Sereno, retrata o timbre dos Grandes Bambas
-Cavaquinho muito, muito, muito bem tocado
-Harmonia linda
-Batucada do Fundo, não preciso explicar
-É um samba do Sereno (basta!)

Pontos negativos do Samba:

-Arranjo levando para o lado do Pagode "Mauricinho", esse Samba poderia ter outra roupagem e ficar estilo CARTOLA, tentem imaginar o arranjo com base no Samba de Raiz

Ouçam e opinem !!!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Noite do Amor Barato

Fui convidado para participar de um show maravilhoso, Noite do Amor Barato, quando soube que a intenção era fazer uma apresentação cantando canções do chico fiquei muito feliz, a resposta aos que convidaram não poderia ser outra: "Tô dentraço" !

A Noite do Amor Barato é um projeto maravilhoso que reunirá músicos (Chicólatras) para entoar canções do poeta, o Grupo Roda de Samba estará lá !!!

O Samba no Século XXI

"Com o auxílio luxuoso de um Pandeiro", recebi a dica do Anderson Liguth para assistir esse curto documentário, achei interessante, o vídeo tem opiniões que devem ser consideradas e opiniões toscas, assistam e observem, o bom Bamba entenderá !


Considerações

Caros Bambas, passei um tempo sem atulizar o blog, mas agora volto com força total !!!

Cara nova e novas atualizações.

Vai dar Samba !!!