segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O SAMBA E O ACRE !!!

Santino, carioca lotado de gingas e malandragens, sambista mangueirense, morou em Rio Branco muito tempo. Na bagagem trouxe o espírito carnavalesco do Rio. Sentou acampamento ao descer na capital acreana no bairro Quinze e lá fundou a escola de samba que tem o nome do bairro do samba e do amor, a ESUB-15 que tantos campeonatos colecionou.


O GOLPE DO SAMBISTA SANTINO


Da primeira diretoria faziam parte o ex-craque do Independência e naquela época, década de 70, superintendente industrial do extinto SERDA, o Darcy Silva, na qualidade de tesoureiro e o Vevé, brincando de diretor social.

O presidente Santino resolvia tudo sozinho, sem dar contas de seus atos à diretoria. Logo correu notícia do sumiço de instrumentos de percussão dados à sociedade carnavalesca pelo prefeito Durval Dantas, do dinheiro arrecadado durante os ensaios e dos bingos. Os diretores se reuniram e decidiram depor o presidente. Marcaram encontro na sede social da Escola de Samba Unidos do Bairro 15 para a manhã de um sábado, para discutir a intervenção, demissão e nomeação do novo condutor da entidade. Ordenaram a convocação de Santino à reunião.

Matreiríssimo como todo carioca, Santino preparou-se para a tomada de contas. Quando a severa comissão, à frente Darcy e Vevé, adentrou no recinto, o presidente sob suspeição recebeu-a com salamaleques, meia-dúzia de cervejas estupidamente geladas, daquelas véu de noiva e tira-gosto de calabresa, além de robusta galinha assada com farofa de ovos. Todos eram amantes de fé e camaradas de loura suada. O Santino não permitia garrafa vazia nas mesas, reabastecia sem cessar. No final da tarde, àquela altura do campeonato os tamborins, surdos, cuícas, trombones roncando e suando, o mulherio adrede convocado pelo esperto Santino remelexendo no salão, os diretores intervencionistas de porre, firmaram jurisprudência carnavalesca:


– O Santino é o maior presidente da ESUB-15 de todos os tempos!

Texto retirado do livro TÃO ACRE - O HUMOR ACREANO DE TODOS OS TEMPOS II, de José Chalub Leite

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