Juvenal Antunes veio para o Acre como promotor de Justiça, mas era mesmo um boêmio inveterado. Não se enganem com a foto: o terno nunca foi seu uniforme: passava os dias metido num robe, na porta do hotel Madrid, onde vivia em Rio Branco, bebendo, fazendo versos e proclamando seu amor à Laura, mulher casada que lhe inspirou os mais belos sonetos.
Arredar o pé dali? nem pra receber o ordenado, que lhe chegava por exercícios findos!
MINHA FLOR
Meu imortal amor! És a querida
Mulher que amarei por toda a vida!
E sempre desejada e possuída
E ardentemente, sempre amada!
Nas orgias de sonhos, eu, de um nada,
Tirava tudo! A minha alma ajoelhada,
Gigantesca se sente, engrandecida
E com a força de amar reproduzida!
Algum dia (como isso me apavora!),
Meu coração há de marcar a hora
Em que falecerá o nosso amor?
Não, Laura! Porque o nosso amor é constante,
Viverá mais do que o judeu-errante,
Minha cheirosa e envenenada flor!
PS: Estás aprendendo a fazer versos, Laura? E a tua linda inspiração é este mísero poeta pelo avesso?Colheste uma flor para ofertar-me em versos? Ah! Que maravilhosa mulher o Criador me deu! E que nobre honra servirte de tão singela motivação! J.A.
Rio Branco - Acre, ano de 1922.
Será que esses versos se enquadram em um samba? Aguardem!!!
Será que esses versos se enquadram em um samba? Aguardem!!!
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