terça-feira, 31 de agosto de 2010

MEU CARO POETA

Ouvindo a belíssima canção do Chico "Meu Caro Amigo" no carro, que é uma fita que o poeta mandou para um amigo exilado em Portugal cantando as notícias do nosso país na época da Ditadura, tive uma idéia, e se eu um compositor acreano pudesse mandar uma mensagem musicada ao Grande Chico, como seria! O resultado ficou assim:

MEU CARO POETA

MEU CARO POETA
ME DESCULPE A OUSADIA
DE LHE FALAR DA MINHA TERRA
DE POESIA, DO NOSSO DIA-A-DIA
E DE TUDO QUE IMPERA

AS NOTICIAS NÃO SÃO MAIS EM UMA FITA
POIS FICOU OBSOLETO E NÃO TEM VEZ
MAS MANDO EM UM CORREIO ELETRÔNICO
EM ANEXO UM MP3

AQUI POUCA GENTE FAZ CANÇÃO
MAS EXISTEM OS APAIXONADOS
A TERRA ARDE EM QUEIMADAS NESSE CHÃO
E TEM FUMAÇA POR TODOS OS LADOS

PARA ASSISTIR O NOSSO FUTEBOL MAJESTRAL
COMPREI UMA TV E PAGO TODO MÊS
E POR FALAR NISSO, NÃO ME LEVE A MAL
O FLUMINENSE AQUI NA TV TAMBÉM É FREGUÊS

MAS O QUE EU QUERO LHE DIZER:
TE ESPERO COM A BANDA
UM DIA MEU ACRE HÁ DE CONHECER
O MAIOR BUARQUE DE HOLANDA

Logo estará musicado, espero que tenham gostado.

Brunno Damasceno

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Eu indico!

Meu amigo Diego me emprestou o livro HISTÓRIAS DE CANÇÕES, que apresenta as composições do Chico Buarque com uma enfâse na história brasileira, o livro tem anedotas fantásticas desse grande artista e concede um entendimento facilitado de suas composições, pois explica o contexto em que foi escrita as letras.

Eu indico: HISTÓRIAS DE CANÇÕES - CHICO BUARQUE
De: Wagner Homem

Agradeço ao amigo Diego por me polpar horas e horas de pesquisa na internet rastreando a história das letras do Chico, é muito bom ter amigos e ainda mais preocupados com a cultura dessa Estado.

Valeu!

Brunno Damasceno

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ar Branco


AR BRANCO
QUE VEM DO AMARELO DO VERDE
NESSA AQUARELA SOMBRIA

Quem quiser terminar esse início de letra por favor me ajude, estou sem muita inspiração nesses dias, logo, aceito a ajuda dos leitores nessa parceria.

Brunno Damasceno

Atualizado:

Wesley Jucá: Que esconde a beleza do sol que nos guia

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Jessé "O cara"

Conforme foi fazendo mais e mais sucesso popular, a voz de Zeca Pagodinho se tornou uma das pontes eficazes entre os compositores do samba --estreantes ou veteranos-- e o grande público.

Apesar de ser também ele um compositor, acabou por deixar o trabalho autoral em campo secundário.

"Tem tanta gente precisando ganhar um dinheirinho, não vou ficar gravando música minha", diz, assumindo o papel de intérprete que, no passado, pertencia essencialmente às cantoras.

O baú de canções inéditas, portanto, está cheio. Mas Pagodinho prefere mantê-lo fechado. Segundo afirma, não vê entre os artistas da nova geração quem possa gravá-las de modo satisfatório.

"Antigamente, a gente fazia um samba e tinha, pra cantar, a Beth [Carvalho], a Alcione, o Roberto Ribeiro, o João Nogueira, o Agepê, o [grupo] Exporta Samba, o Mussum", enumera. "Hoje, quem tem aí pra gravar samba? Eu não conheço."

Diz reconhecer a importância do trabalho dos artistas da nova geração --que, desde a revitalização da Lapa carioca no começo da década passada, vem se dedicando a estudar, criar, cantar e divulgar o samba. Mas confessa suas restrições.

"O que eles fazem é legal --mas não muito. Vamos dizer assim: tem lugar pra todo mundo, mas cada um no seu lugar", ele diz, e sorri com o bom efeito da própria frase.

Pagodinho não cita nomes, mas expõe as razões que, na prática, criam a incompatibilidade.

"Nêgo muda muito [o espírito da composição], é complicado. Se eles fizessem como a gente quer que seja feito...", afirma. "A gente vem de outro conceito, esse é que o problema."

ROUCO

Há uma semana exata, por volta das três da tarde, Pagodinho gravava a voz definitiva em "Chama de Saudade", samba de Beto Sem Braço e Serginho Meriti. Colocava, naquele momento, o ponto final em "Vida da Minha Vida", seu próximo álbum.

Ao contrário de quase todos os outros cantores do mundo, Zeca não vê problemas em cantar de manhã. Também não aquece a voz.

"Eu gravo bebendo cerveja pra voz ficar rouca", diz, enriquecendo sempre o caráter personagem do personagem que construiu para si. "Se a voz sair muito certinha, ninguém vai acreditar que é o Zeca Pagodinho cantando."

O trabalho está sob o comando do veterano Rildo Hora, que produziu clássicos de Beth Carvalho e Martinho da Vila a partir dos anos 1970, e trabalha nos discos de Zeca há mais de uma década.

"É só ele estar bem humorado e com a cuca legal que não dá nenhum trabalho pra mim", diz Hora. O produtor assume para si a função mais difícil do processo: trazer renovação musical ao álbum.

"Ele é como Frank Sinatra, você ainda nem ouviu e já sabe o que vai encontrar [no novo disco]", diz. "Cabe à produção trazer coisas novas para não ficar parecendo que se copiou o disco anterior."

As nuances, ele diz, são conseguidas sobretudo nos arranjos orquestrais. Desta vez, usou oito violinos, duas violas, dois violoncelos e uma harpa --instrumento um tanto incomum em produções de samba.

"A harpa é um luxo que pouca gente pode se dar, sai caro demais. Não só pelo transporte, mas também pelo cachê da harpista, que é diferenciado", diz Hora. "Mas o Zeca não tem esse problema com limite de verba."

VOVÔ

A harpa foi usada em "Orgulho do Vovô", única música de "Vida da Minha Vida" assinada por Pagodinho (em parceria com Arlindo Cruz). É dedicada ao neto recém-nascido do cantor.

O vovô conta como o samba foi feito. "Meu compadre Arlindo foi ver o meu neto. Nós nos embriagamos mais uma vez, fizemos essa música e nem o menino ele viu. Esqueceu. Depois disso, me ligou: 'Zeca, precisamos marcar outra cerveja pra eu conhecer a criança'."

No resto do álbum, recorre a repertório composto pelo que chama de "família Pagodinho": Arlindo Cruz, Monarco, Mauro Diniz, Dona Ivone Lara, Delcio Carvalho, Nelson Sargento, Nelson Rufino e Serginho Meriti, entre outros autores que vem propagando como intérprete.

"Eu não tenho afilhados. Todo mundo se torna da família Pagodinho", diz.

O membro mais recente do grupo é o paulista Gilson de Souza, autor de clássicos como "Orgulho de um Sambista", gravado por Jair Rodrigues nos anos 1970, e "Pôxa", que Zeca reedita agora.

Lembrou da velha canção ao ouvi-la na rádio Tupi AM, enquanto esperava para ouvir a oração às seis da tarde.

"Eu estava procurando uma música que tivesse sido sucesso, mas que as pessoas não se lembrassem muito", diz. "É legal porque você puxa o cara [compositor] que está lá esquecido. Puxa o cara lá do fundo."