Sou o cinismo do ladrão que se benzeu
Tenho os olhos profanos que nunca será meu
Os esgares das dores reprimidas
E os atrozes que saem das minhas vidas
Um beijo maléfico que te oprime
Risadas traiçoeiras de seu crime
O choro contido que te afoga
O braço leigo que te adota
Será eu, um homem da escuridão?
Que usa disfarces para pisar no coração
Que tira retratos em forma de sons
E que ignora o anseio dos que se dizem bons
Eis o capaz de falar de ódio sem senti-lo
Eis o capataz da dor sem sentido
Eis o ar que me resta e que me molesta
Eis a decência de ser um poeta
Brunno Damasceno