Jofre Barbosa da Costa nasceu em 1930, ou o ano da Revolução, como o mesmo gostava de frisar. Sobreviveu trabalhando nas mais diversas áreas, fazendo de tudo: foi pedreiro, agricultor, inspetor de alunos. Era filho de tacacazeira e carpinteiro. Ajudou a construir o Palácio de Rio Branco, sede do governo acreano. E, sempre que podia, fazia um samba.
O cantor e compositor de sambas Da Costa, como ficou conhecido em sua carreira musical, gravou e vendeu diversos LP’s. Se apresentou em Manaus, em Brasília e no Rio de Janeiro, o berço do samba. Gravou e realizou parcerias com importantes nomes da cultura acreana, como Jorge Cardoso. Em seu repertório, desfiava canções de Ataulfo Alves e Ciro Monteiro. Dividiu o palco com duas lendas do samba nacional, Noite Ilustrada e Paulinho da Viola.
Da Costa, apesar disso, findou esquecido pela memória acreana. Pouco se ouve falar do homem que foi homenageado no palco pelo Príncipe do Samba. Aqui e ali alguém regrava uma de suas canções, mas ainda assim não é o suficiente para fazer jus à memória de um dos maiores artistas que o Acre já viu.
Nesse intuito, o de resgate, A ARTRIO Produções elaborou esse projeto de documentário. Aprovado e financiado pela Lei de Incentivo à Cultura do ano de 2010 do governo do Estado do Acre, o projeto pretende trazer à tona essa figura lendária, recuperando sua memória em uma agradável tarde de roda de samba, feijoada, familiares e amigos para lhe render a devida homenagem.
A fim de viabilizar a realização deste importante documentário, a ARTRIO Produções está aberta a firmar parcerias saudáveis à execução do projeto, contando com o apoio de empresas e instituições parceiras da cultura, da memória e do samba.
Notícia do dia 23 de agosto de 2005
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O sambista Jofre Barbosa Soares, ou JB Costa, como gostava de ser chamado pelos amigos, morreu na madruga do último sábado, aos 74 anos, vitima de diabetes e agravamento de problemas renais. O corpo dele foi velado por familiares e amigos na Capela São João Batista e internado domingo no cemitério Morada da Paz. JB Costa era viúvo e deixou órfãos os filhos João Luiz, Jessé Lauro, José Lauro e Ana Lídia. Ele foi mestre-de-obras, mas era a música, em particular o samba, a sua grande paixão. Por diversas vezes se apresentou como profissional nos festivais da Praia da Base nos anos 80 e abrilhantou o evento que reunia inúmeros calouros. JB Costa gostava de cantarolar suas músicas e dava “canja” nas reuniões de amigos. A canção mais conhecida de seu repertório era “Acre Querido”, cuja letra fala de despedida e de saudade: “adeus Acre querido Rio Branco do meu coração, no meu peito mora uma saudade, guardo de ti uma recordação...”. A canção serve hoje de despedida para os amigos que não vão esquecer as lições do velho mestre. Também foi com música que os cantores acreanos se despediram no velório do amigo. A canção foi tocada no violão pelo cantor e compositor Teixeirinha do Acre e seguida pelos demais presentes no local. O presidente da Fundação Elias Mansour, Francisco Gregório Filho, acompanhou a movimentação e garantiu que a perda era profunda, mas que a memória do sambista e suas obras serão sempre lembradas. Para os filhos ficou a saudade do pai brincalhão que se fazia entender com o diálogo ao invés da palmada, e para os amigos ficou a lembrança dos bons tempos da boêmia. A idade avançada e a resistência em fugir das dietas enfraqueceram o organismo de JB Costa, que sofria de diabetes e problemas renais.
Fonte: Val Sales
O Grupo Roda de Samba estará nas filmagens do Documentário sobre o Mestre Da Costa, em breve mais informações.